terça-feira, 22 de março de 2011

Ponte D'Arco II

    II
Eu e outros tivemos que usar a estrada para dar a volta na cidade para poder ir trabalhar. ELA se apoderou da passagem. Me perguntei se teríamos que deixá-la lá tomando conta da área do rio ou se tomariam medidas para matá-la ou arrumar alguma forma de tirá-la de lá. Mas parecia impossível. Até que tiveram a idéia. Encheram os tanques d’água dos caminhões do corpo de bombeiros com gasolina.
    Muitos se prostraram curiosos, para ver o ataque. Os caminhões avançavam marchando lentamente flanqueando, pelos lados opostos da Ponte d’Arco, Lançaram o combustível e imediatamente, as aracnídeas revidaram num contra ataque: teciam suas teias para proteger sua rainha. Então, em meio ao jato do combustível jogaram fogo, tornando cinzas algumas teias. ELA subira na ponta do arco, tentaram verter a mira para ela. Lançara suas espessas linhas no cano do caminhão e não houve chama que a diluísse. Entupira os dois caminhões. Logo, tentaram recuar de ré, mas ELA saltou numa investida, antes que o motorista escapasse pela porta, e perfurou-lhe o peito, envenenando o banco do automóvel.
    O motorista do outro caminhão conseguiu fugir, mas foi achado morto em sua casa no dia seguinte, encasulado em muitas teias e salpicado por hematomas vermelhos de ferroadas mais que certeiras. Além de tudo, ELA era vingativa.
    Aos poucos, ela foi tomando conta da cidade. Muitas tentativas de ataques falharam, e, casa por casa de suas vítimas formava ninhos para as suas se multiplicarem. A cidade parou. Fora dominada pelas aranhas.
    Péssimo foi o dia em que ELA estava com fome. ELA chiava acima da ponte. Ameaçadora e enraivecida. Tentaram deixá-la morrer de fome, mas isso apenas trazia mais estragos, pois mandava seu exército asqueroso fazer armadilhas para matar crianças. Esta época matou muitos e levou muitos a saírem da cidade até entenderem o que ela, de fato, comia: Sangue animal. Por isso não levara suas vítimas humanas para comer.

( continua...)

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