sexta-feira, 6 de abril de 2012

Aquela ansiedade.


               Havia uma ansiedade estranha de estar ali, porém muito comum e que era constante às seis horas da tarde de qualquer dia da semana. Dávamos boas risadas e suávamos bastante, sempre limpando com o manga da camiseta, ou com as costas das mãos e depois nas calças. Havia também, aquele cheiro no ambiente que agora soa incompreendido e que nunca mais senti depois que minha idade de menino passara. É algo que forma quem sou, mas não consigo buscar em minha memória no momento, e talvez nem reconheceria se o sentisse novamente. Ou então sentiria e chorasse pelo reencontro. É uma memória estranha de se expressar, não sei se você me compreende. O cansaço também nunca mais foi o mesmo, os músculos apertando de uma maneira confortável, sem falar as dores nas pernas depois. Como era bom esse momento.
           Eu sempre voltava sujo, quero dizer, com terra nos tênis e na barra da calça, isso quando eu usava calça, lembro-me de às vezes estar com um short, daqueles que seca rápido. As mãos ficavam pretas, e era muito desconfortável a sujeira que ficava nas mãos depois de se esconder atrás da árvore, ou subir nela. A impressão, era de estar sendo seguido e vigiado, por isso a ansiedade estranha, tínhamos que ser cautelosos, mas nunca éramos. Corríamos à milhão até onde se bate cara. Melhor ainda era topar com quem bate cara no lado oposto da árvore, mas era triste, porque não valia nada se você errasse o ponto. Tínhamos que correr e fazer cumplicidade uns com os outros para vencer quem estivesse procurando.
           Ah, como era agradável esse tempo, em que sorriamos um para o outro, para os amigos, sem medo, com uma mensagem não verbal naquele sorriso que demarcava a mutualidade de que você tem um amigo, mas ele te pegou dessa vez, porque você foi bater, justo no lado oposto da árvore e na hora que isso acontece, você ri de si mesmo, junto a ele, mas fica bravo também por ter perdido. Isso acontece com todo mundo, creio. É uma sensibilidade que nunca volta, que tem aquele cheiro próprio, que faz-nos ter recordações de seu melhor amigo da infância e que talvez nem sabemos onde ele está ou como está a vida dele, e não se fala mais com ele, mas que ficam as melhores memórias de uma infância sem rumo, mas ao mesmo  tempo muito bem encontrada (mesmo nos jogos de esconde-esconde) e pura.

quarta-feira, 28 de março de 2012

BOMBA ATÔMICA.




Foi na súbita e circunstancial necessidade que pensei nessa filosofia. Bem, não é uma filosofia, é só uma perspectiva alternativa de se encarar as coisas, que para mim, faz o maior sentido, pelo menos no estágio de vida em que me encontro. Eu enquadraria também na prateleira das metáforas, eu tenho muitas delas, mas essa, aparenta-se bem conveniente no momento. Eu testei com diversas outras coisas sólidas, mas a que mais me chamou atenção e que atingiu meu pensamento, foi a Bomba Atômica. Irei tratá-la assim nesse texto: com letras maiúsculas.
Eu sei que podem haver várias outras maneiras de se pensar, mas vamos tentar colaborar com meu pensamento, ta legal? Eu não quero ser muito demorado com isso tudo, pois é uma coisa um pouco simples de se pensar.
Por um instante, pense em tudo o que te cerca diariamente, pense pelo menos o suficiente para não entrar em crise existencial. Enxergue: Pessoas, ambientes, trabalhos, copo, televisão, cachorro, mulheres, homens, crianças, macacos, coca-cola... diversas coisas nos cercam, não é mesmo? E todas elas, parecem se encaixar perfeitamente na existência. Elas tem suas formas e essências e creio que “energias”, também. Não no sentido científico ou sobrenatural da coisa. Mas geralmente as coisas, por mais inorgânicas que sejam, tem sua atmosfera e sua forma de encarar o mundo. Pegue uma pedra, sinta-a, é esquisito, mas pense em como ela é única e como existem várias outras  pedras ao redor dela. Cada coisinha tem sua maneira de se expressar para nossos olhos e nós temos, cada um, seus olhos para interpretar cada coisinha. Não quero me prolongar muito nessa explicação, acho que já deixei claro o que quero que seja entendido para que eu chegue na Bomba Atômica.
Depois que você notou cada coisa como essa, pense em si mesmo e como você se encaixa em cada um desses ambientes, porque, afinal, embora uma pedra não sinta sua atmosfera, você pode esquentá-la com sua mão e ela se modifica por um instante enquanto manipulada e depois volta a ser uma pedra fria no chão do asfalto. Se uma pedrinha é capaz de ter essa mudança, imagine nós, pessoas, como não nos transformamos e na maioria das vezes de maneira duradoura.
É aqui que quero chegar, embora a Bomba não apareça ainda. Vivemos sempre cercados de pessoas e quer nós tenhamos contatos com elas ou não, temos nossa realidade mexida de maneira muito peculiar e imperceptível. Sim, admitamos que trombar com um estranho num lugar movimentado, acontece várias vezes e que nossa vida continua do mesmo jeito. Porém, em meio da tantas pessoas, cada uma é cada uma, somos pedras, aproveitando para utilizar minha metáfora de passagem, mas que nós, pedras-pessoas temos algo que se chama julgamento. Acontece a todo instante: Pessoa feia, bonita, ridícula, baixinho, anão, sujo, nariz escorrendo, tatuagem. Sem notarmos julgamos cada detalhe desse mentalmente. E isso evolui de tal maneira que faz com que tenhamos conceitos.
Todos nós aderimos a um conceito vigente. É algo imposto nas multidões. Temos que ter isso, aquilo, vestir assim ou assado. Somos, de certa forma diferente das pedras, porque tentamos estabelecer um padrão ao qual vamos trocar nossas atmosferas e então criamos preconceitos, mas não é disso que eu quero falar.
A coisa é que nossas vontades competem com o que a maioria quer. E se não formos dessa tal maneira, ora, nós não somos. Mas, aí é que entra a Bomba Atômica, que achei bem legal de pensar.
Vamos ir agora, para um centro bélico. Bem legal, não é? Vamos ao setor de bombas e mísseis e observá-los todos. Eles tem o mesmo peso, a mesma forma, os mesmos encaixes, a mesma aerodinâmica, e não sabemos de suas capacidades destrutivas. Às vezes, um míssil pode estar vazio de sua função. Ou no caso da Bomba Atômica... cheio.
A Bomba Atômica é muito esperta, pois olhe só: Ela é como todas as bombas deveriam ser. Todas as bombas se tivessem olhos e bocas se cumprimentariam e ao nosso conceito de padrão – que citei ali em cima - viveriam harmoniosamente com sua SUPERFICIAL e perfeita igualdade. Ahá! As bombas não sabem suas capacidades de explosões. Se você olhar ali naquelas pilhas de bombas, você saberia me dizer qual é a mais destrutiva? São todas iguais, todas elas. E então, qual é? Qual delas é a Bomba Atômica? A da esquerda? Errado. A de baixo na terceira fileira? Errado. Ela é a última lá é a do topo mas seria óbvio demais para sê-la não é?
A Bomba Atômica tem sua essência e forma como todas as outras bombas, mas ela não é como todas as outras e nós sabemos disso. Sua capacidade é cataclísmica com maior potência destrutiva que todas as outras que são iguais a ela. E é isso o que importa. Sua capacidade de explosão. Aquilo que você é e não como é visto.
Então, eu comecei a pensar: Quero ser uma Bomba Atômica. Isto é. Ser como todos. Sério. Ter APARÊNCIA fútil como os outros, vestir-se futilmente como os outros, cabelos, pés, mãos iguais aos outros, mas que quando for hora de ser jogado para explodir uma terra inteira, eu me mostre Atômico e mais destrutivo que qualquer outra bomba como eu, poderia ser.
Aparentarei como eles querem que eu seja, mas explodirei como nem mesmo o planeta desejaria.
Aos poucos, portanto, vou juntar minha fórmula Eu = M . C²

segunda-feira, 26 de março de 2012

Como você descreveria sua mente?


Me fiz essa pergunta depois de pensar na resposta, pois as coisas se encaixaram bem, e é algo interessante de se falar e tudo mostra como o ambiente a nossa volta tem o poder de nos ajustar à metáforas cabíveis ao limiar de nossa mente. Então, antes de me perguntar literalmente, eu me pus numa situação onde eu tinha que passar pelo ambiente que resumiria minha mente e não sei se algum especialista teria a curiosidade de tentar decifrar o que cada aspecto é, se é que isso seria possível, mas nem mesmo eu conseguiria interpretar alguns detalhes. Mas você já parou para pensar que tipo de imagem se passa na sua cabeça quando você pensa na própria mente? A princípio me pareceu difícil de imaginar, no entanto, as  coisas começaram a fluir de maneira persistente e eu não podia parar até descobrir tudo, e cheguei a uma conclusão um tanto estranha das coisas, que pode ser considerada confusão, exatamente. Vou tentar descrever como é aqui dentro da melhor maneira possível.
Quando infiltro nesse momento em minha mente - coisa que eu acho que é mutável considerando as experiências de vida -, me vejo num corredor de madeira escura, que é bem envernizado, e há alguns reflexos diante de mim. Adiante vejo uma continuação a qual não tenho certeza, mas há pouca luz até determinado trecho e depois não há mais nada, a não ser
escuridão. Minha visão não é normal, parece que tudo é visto de uma perspectiva convexa, as imagens diante de mim  são circulares, tortas, mas nítidas de mesma forma. Não arrisco olhar para trás, embora mais tarde eu descubra o que há de fato atrás de mim nesse trecho inicial, nesse começo. Bom, prossigo meus passos, ainda nessa perspectiva convexa de ver as coisas. Ando pelo corredor a passos defeituosos, como que se eu tivesse algum problema para caminhar, mas não tenho, acontece que quando caminho por dentro de minha mente, eu desejo ser cauteloso, como se que minhas pernas, ao caminhar, pudessem romper e eu perdesse tudo. Mas como eu ia dizendo, eu prossigo meus passos nas imagens metafóricas de minha mente, adentro no portal que via escuro antes. Aos primeiros cinco passos, a iluminação do corredor já me permite ver as coisas, como que se a luz, viesse de meu eu que caminha, eu sou a minha própria fonte de luz, ou qualquer definição relativa a isso. À minha direita, começo a ver Livros, exatamente, livros de capa dura, que com minha experiência em manipular alguns, eu julgaria que cada um deles tem cerca de 600 a 800 páginas, mas não tenho a precisão exata, a não ser essa estimativa intuitiva. Mas eu sei a quantidade de livros. Não são muitos. São três, cujas capas variam nos tons azuis, indo de um escuro ao mais escuro dos azuis, sem perder essa identidade, ou tornar-se preto. Os livros estão em pé, um colado no outro, em cima de uma base similar a uma prateleira, embora, não seja uma prateleira, mas uma madeira para sustentá-los. À esquerda, nada vejo, sei que há alguns quadros, mas não identifico pessoas ou cenários tracejados neles, vejo as molduras e sei que eles estão preenchidos, mas não como. Enfim, eu caminho mais com meus passos lentos, como que se mancasse como disse antes.
Ainda naquela visão espectral, convexa, porém nítida, caminho mais um pouco, estou aos poucos, logo percebo, caminhando uma curva à esquerda, mas não subo nem desço, apenas descrevo a curva. Nesse instante, nada aparece à direita, a não ser a parece de madeira, num estilo clássico, tudo é rústico. Há uma sombra manchando o escanteio à minha direita. No entanto à esquerda, velas ou tochas, ou algo parecido, bruxuleia chamas claras, amarelas, quase brancas, mas eu não chego a manter foco nelas. Antes de continuar, eu sei que isso parece um sonho, mas não é. São imagens que vem à tona em minha mente quando penso em meus pensamentos, e procuro não manipular nada dessa imaginação é tudo cru, são as primeiras coisas que me vem em mente, quando penso em minha própria mente. Isso não é um sonho.
Certo, passei dessa parte. Caminho claudicante à frente. Sei que não há perigo de queda, embora eu desconfie da escuridão à direita, e ache que ela me puxe. Prossigo cautelosamente. Vinha visão ainda não voltou ao normal, o que me deixa com uma sensação de estranheza. Adiante, uma porta fechada toma conta de minha total visão. Não que ela seja grande, mas nesse instante, é tudo o que me importa, basta eu olhar para a maçaneta que tem um aspecto dourado e seu desenho seja algo como uma flor de diversas pétalas, que eu sei o que há do outro lado, como uma visão do meu futuro - ou passado-, porém sem uma certeza absoluta da visão. Puxo a maçaneta, virando-a para direita, mas a porta não abre, então lembro-me que tenho a chave no meu bolso esquerdo, é enorme e metálico, pesado. Encaixo no fecho da porta e giro tendo aquela sensação de satisfação ao fazer as engrenagens girarem e destrancarem a porta. Abro-a enfim já esperando algo. Não vejo nada como no início. Não há luz alguma, a não ser a alguns metros a minha frente, nada que me ajude a ver adiante. Adentro deixando para trás a porta.
Agora já posso ter certeza da imagem. O corredor ainda é estreito, parece ter pouco mais de um metro e meio. Se eu esticar os braços para os lados, não consigo tocar nenhuma das paredes, as curvas prosseguem para a esquerda. Agora, na parede esquerda, vejo algo como se fosse um mural, há milhares de fotos, mas algumas não são nítidas e a parte de cima, parece estar rasgada por pouco mais de um metro, como que se arrancassem o papel de parede naquela parte. No chão, há algumas fotos perdidas, também que sei que é de alguém importante, que já foi importante. Pego-as do chão e as rasgo. Mas não sei porque o faço. Mas jogo as partes rasgadas novamente ao chão contemplando os pedacinhos por um instante, depois prossigo.
Me dá uma vontade de ir passando a mão na parede, mas sem olhar. Quando faço isso algumas outras fotos caem, não que  eu tivesse intenção de fazê-lo, mas ignoro-as, deixando para trás. De repente, não sou mais eu. Me vejo em terceira pessoa. Visto negro de ombros à pés e como que se me filmassem da parede direita, meu percurso. Por essa terceira visão, eu não manco mais, ando normalmente, embora minha visão seja fixa num ponto e eu caminhe feito um sonâmbulo.
Ando continuando meu rumo pelo corredor sempre virando a esquerda numa curva discreta. De repente, ainda me vendo, acho folhas no chão, jogadas, algumas queimadas, mas que de súbito, como que se por medo de um arrependimento, fosse apagado o fogo, antes que interferisse nas palavras ali escritas e arruinasse toda a interpretação. Ele (eu) para por um instante. Olha para baixo, se recosta na parede, pega qualquer papel ali, pois nenhum necessariamente lhe chama a atenção e os lê, tem os braços recostados nos joelhos e lê a folha. Um sentimento de nostalgia ou algo que o enfraquecesse o toma, ele quase amassa a folha, mas a deixa cair displicentemente, parece que vai chorar. Coloca a palma da mão cobrindo os olhos, o polegar da mão direita na sobrancelha direita e o indicador no final da sobrancelha esquerda. Passa esses dedos apertando os olhos, suspira e se levanta. Não há nada para se fazer ali. Ele caminha por um tempo, e de repente já não é algum terceiro torno-me eu novamente, a visão convexa persiste.
Dou-me conta, finalmente de que estou sozinho em minha mente, isso depois de ver algo como uma abóboda do período gótico acima de um portal que me levaria a outro ambiente, uma luz vermelha se esvai dali, e há um perfume gostoso também. Sinto um sorriso em minha face e continuo, agora, de maneira normal, sem aquela deficiência. Vejo mulheres, ah, mulheres em vários lados, há fontes e chafarizes também, parece ser um salão, um salão decorado com esculturas belas, de bebês nus, despejando água pela boca. As moças que ali se encontram que não ouso citar os nomes, embora eu saiba quem seja algumas delas ali, vestem vermelho, um vestido vermelho e todas me olham com uma expressão de desejo, mas como que se tentassem  não fazê-la, há algumas com máscara também, parecem querer destacar seus seios de alguma forma. Eu amo cada uma delas, outras eu tenho menosprezo e procuro fugir o olhar. Parece que fico anos naquele ambiente, contemplando-as de maneira extática, elas me cercam, mas mantém uma distância de aproximadamente sessenta centímetros de mim, como que se algo de dentro de mim as bloqueasse de passar dessa distância. Quando vou-me embora, logo mais, algumas se despedem de mim e me beijam calorosamente me abraçando com um desejo belo, mas eu sei que tenho que ir, e elas ajoelham no chão chorando por minha partida. Todas de vestido vermelho.
Novamente, a saída prossegue após uma curva à esquerda. Há uma neblina saindo do lugar e escuto um som surdo, como que se eu escutasse tudo através de um copo de vidro. Sei que as pessoas conversam e há música. O ambiente é totalmente agradável. No mais, sei que meus amigos estão ali, dando risada. Resolvo adentrar pelo portal novamente. A esse ponto, não é difícil continuar, não hesito em nenhum instante em caminhar. É tudo agradável. Saúdo cada um deles em particular como sempre faço, seguido de um entusiasmo sincero. Existe alguém junto que não está mais entre nós, não exatamente. A pessoa não morreu, mas está longe. Dentro de mim, ela está conosco, no espaço entre amigos e eu amo abraçá-la.
Lá dentro, sei que tenho uma liberdade total. Ando por onde quero e como quero e falo e faço o que quero como quero. É como que se eu voasse. Mas não me mantenho muito tempo ali. Tudo acaba rápido e me despeço com um aceno geral a todos eles. Eles não se importam que eu vá, se despedem alegremente. Eles têm certeza de que eu voltarei. Novamente me ponho num corredor que descreve uma curva à esquerda e caminho e caminho.
Subitamente, me deparo com uma pessoa, vou até ela e a atravesso. E outra, e outra, e outra, e outra, e outra, e outra, e outra, e outra, e outra, e outra... várias delas, eu corro passando dentro de cada uma delas prosseguindo sempre o  corredor à esquerda, fazendo a curva.Eoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutraeoutra...
E outra. Finalmente paro, porque há um abismo que quase caio, mas que pulo, deixando-o para trás. Ele era muito fundo, não perco tempo para descobrir o que ele realmente era. Por fim, vejo outra porta. Hesito olhar para trás, mas olho. Todas as centenas de pessoas estão de costas, separadas de mim com um abismo. O abismo começa a aumentar. Sei que há uma porta à frente. O abismo vai me pegar CUIDADO! -ouço -, eu corro mais, ele me segue, me distancia das pessoas e finalmente  avisto a porta. Creio que seja a última, pois minha mente nada mais me revela quando busco as demais respostas, agora, não nesse instante. Chego na porta. Meu eu oscila de primeira para terceira pessoa. Quando em terceira vejo o abismo a me perseguir. Há algo de errado com a porta. Ela não abre. O abismo está a três centímetros de mim. Claustrofobia. Desespero. Eu abro a porta e me vejo de costas prestes a caminhar e entro em mim. A visão volta a ser convexa, mas eu sei que não devo olhar para trás, o portal é o inicial... a visão inicial, o sentimento inicial. Minha mente, eu descobri... anda em círculos. E é tudo um corredor que vira-se a esquerda e acaba onde começa. E  tudo está a minha frente outra vez, como o que está atrás.
É estranho pensar em nossa mente como um todo, como uma imagem, como experiências, mas essas são as metáforas que surgem em minha mente, quando penso NA MINHA MENTE, e eu tive essa "experiência" de pensar no assunto. Mas...
E quanto a você? Como você se enxerga dentro de si? Você se vê como se enxerga? Como é? Me conte.
Eu estou andando em círculos...