quarta-feira, 28 de março de 2012

BOMBA ATÔMICA.




Foi na súbita e circunstancial necessidade que pensei nessa filosofia. Bem, não é uma filosofia, é só uma perspectiva alternativa de se encarar as coisas, que para mim, faz o maior sentido, pelo menos no estágio de vida em que me encontro. Eu enquadraria também na prateleira das metáforas, eu tenho muitas delas, mas essa, aparenta-se bem conveniente no momento. Eu testei com diversas outras coisas sólidas, mas a que mais me chamou atenção e que atingiu meu pensamento, foi a Bomba Atômica. Irei tratá-la assim nesse texto: com letras maiúsculas.
Eu sei que podem haver várias outras maneiras de se pensar, mas vamos tentar colaborar com meu pensamento, ta legal? Eu não quero ser muito demorado com isso tudo, pois é uma coisa um pouco simples de se pensar.
Por um instante, pense em tudo o que te cerca diariamente, pense pelo menos o suficiente para não entrar em crise existencial. Enxergue: Pessoas, ambientes, trabalhos, copo, televisão, cachorro, mulheres, homens, crianças, macacos, coca-cola... diversas coisas nos cercam, não é mesmo? E todas elas, parecem se encaixar perfeitamente na existência. Elas tem suas formas e essências e creio que “energias”, também. Não no sentido científico ou sobrenatural da coisa. Mas geralmente as coisas, por mais inorgânicas que sejam, tem sua atmosfera e sua forma de encarar o mundo. Pegue uma pedra, sinta-a, é esquisito, mas pense em como ela é única e como existem várias outras  pedras ao redor dela. Cada coisinha tem sua maneira de se expressar para nossos olhos e nós temos, cada um, seus olhos para interpretar cada coisinha. Não quero me prolongar muito nessa explicação, acho que já deixei claro o que quero que seja entendido para que eu chegue na Bomba Atômica.
Depois que você notou cada coisa como essa, pense em si mesmo e como você se encaixa em cada um desses ambientes, porque, afinal, embora uma pedra não sinta sua atmosfera, você pode esquentá-la com sua mão e ela se modifica por um instante enquanto manipulada e depois volta a ser uma pedra fria no chão do asfalto. Se uma pedrinha é capaz de ter essa mudança, imagine nós, pessoas, como não nos transformamos e na maioria das vezes de maneira duradoura.
É aqui que quero chegar, embora a Bomba não apareça ainda. Vivemos sempre cercados de pessoas e quer nós tenhamos contatos com elas ou não, temos nossa realidade mexida de maneira muito peculiar e imperceptível. Sim, admitamos que trombar com um estranho num lugar movimentado, acontece várias vezes e que nossa vida continua do mesmo jeito. Porém, em meio da tantas pessoas, cada uma é cada uma, somos pedras, aproveitando para utilizar minha metáfora de passagem, mas que nós, pedras-pessoas temos algo que se chama julgamento. Acontece a todo instante: Pessoa feia, bonita, ridícula, baixinho, anão, sujo, nariz escorrendo, tatuagem. Sem notarmos julgamos cada detalhe desse mentalmente. E isso evolui de tal maneira que faz com que tenhamos conceitos.
Todos nós aderimos a um conceito vigente. É algo imposto nas multidões. Temos que ter isso, aquilo, vestir assim ou assado. Somos, de certa forma diferente das pedras, porque tentamos estabelecer um padrão ao qual vamos trocar nossas atmosferas e então criamos preconceitos, mas não é disso que eu quero falar.
A coisa é que nossas vontades competem com o que a maioria quer. E se não formos dessa tal maneira, ora, nós não somos. Mas, aí é que entra a Bomba Atômica, que achei bem legal de pensar.
Vamos ir agora, para um centro bélico. Bem legal, não é? Vamos ao setor de bombas e mísseis e observá-los todos. Eles tem o mesmo peso, a mesma forma, os mesmos encaixes, a mesma aerodinâmica, e não sabemos de suas capacidades destrutivas. Às vezes, um míssil pode estar vazio de sua função. Ou no caso da Bomba Atômica... cheio.
A Bomba Atômica é muito esperta, pois olhe só: Ela é como todas as bombas deveriam ser. Todas as bombas se tivessem olhos e bocas se cumprimentariam e ao nosso conceito de padrão – que citei ali em cima - viveriam harmoniosamente com sua SUPERFICIAL e perfeita igualdade. Ahá! As bombas não sabem suas capacidades de explosões. Se você olhar ali naquelas pilhas de bombas, você saberia me dizer qual é a mais destrutiva? São todas iguais, todas elas. E então, qual é? Qual delas é a Bomba Atômica? A da esquerda? Errado. A de baixo na terceira fileira? Errado. Ela é a última lá é a do topo mas seria óbvio demais para sê-la não é?
A Bomba Atômica tem sua essência e forma como todas as outras bombas, mas ela não é como todas as outras e nós sabemos disso. Sua capacidade é cataclísmica com maior potência destrutiva que todas as outras que são iguais a ela. E é isso o que importa. Sua capacidade de explosão. Aquilo que você é e não como é visto.
Então, eu comecei a pensar: Quero ser uma Bomba Atômica. Isto é. Ser como todos. Sério. Ter APARÊNCIA fútil como os outros, vestir-se futilmente como os outros, cabelos, pés, mãos iguais aos outros, mas que quando for hora de ser jogado para explodir uma terra inteira, eu me mostre Atômico e mais destrutivo que qualquer outra bomba como eu, poderia ser.
Aparentarei como eles querem que eu seja, mas explodirei como nem mesmo o planeta desejaria.
Aos poucos, portanto, vou juntar minha fórmula Eu = M . C²

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